20 julho 2011

Será assim


Nos últimos dias apercebi-me de algo interessante: a dor parece que se tem afastado de mim. Neste momento nem me lembro do que é tal coisa. É estranho... Ainda há dias chorava como se o mundo estivesse a acabar e agora se o vir a desintegrar-se aceito e sorrio. Como é possível? É estranho... Não sei se é bom. Se é mau...
Será que a dor chegou ao máximo da minha capacidade? Pode ter acontecido isso e em vez de explodir implodi, rebentando o coração por dentro, esquecendo qualquer tipo de dores psicológicas. Deixaram de existir. Deixaram-me. Faz sentido. Ou talvez não faça...
Talvez tenha percebido que é uma perda de tempo. Pensar tanto na forma como os outros me usam. Pensar na forma como tenho de agir para que todos fiquem contentes. Simplesmente aceitem o que oferecer e se não gostarem ponham de lado que não me interessa. Deixei de dar valor ao que faço pelos outros. Se faço bem, melhor para eles, se não o faço, pouco me importa. Mas continuo a fazê-lo. Quando me apetece, quando acho que sim, quando não me chateia.
Agora não sinto aquela necessidade de outros. Sinto um gostinho especial em estar sozinho. Tenho-me sentido até meio sorridente. Dizem que é impossível ser feliz sozinho... Já estive mais próximo da impossibilidade de ser feliz acompanhado!
Ironias... Não me importo de funcionar de outra forma. Não faço mal a ninguém. Continuo a não gostar de magoar as pessoas. Mas se magoar, que se lixe! Se magoar, é porque não perceberam! Se magoar, é porque não pensaram! Se magoar, é porque errei ao pensar que iriam pensar!
E eu continuo a pensar! Apenas não penso no drama de não conseguir fazer as coisas bem. Aprendemos com os erros não é? Pois eu também aprendo com isso. E talvez já tenha aprendido uma grande parte. Penso que tenha chegado a hora.
A vida iludiu-me e desiludiu-me. E agora? Agora vejo as coisas de forma mais clara. Agora sinto que sou capaz de viver à maneira que sempre quis. Eu sei que sim! Eu sei que vou começar algo novo. Sozinho. Eu e o meu corpo e a minha mente. Serei eu a projectar a minha vida. Serei eu a subir sem a ajuda de uma escada ou elevador. Serei eu a fazer o que quero, como quero, quando quero.
Serei eu a decidir.
Serei eu a viver.
Não preciso de mais ninguém para além de mim para me sentir vivo.
Não renego ninguém que queira entrar na minha vida.
Não obrigo ninguém.
Não facilito.
Não esqueço.
Não me torturo por não quererem entrar.
Não me torturo por quererem sair.
Não fico aqui, mas conseguem-me encontrar.
Será assim.
Será como eu quero.
Serei uma luz finalmente.
A minha luz.
E só os que estiverem à minha volta me irão ver.
Só os que me procurarem estarão à minha volta.
Só os que pensarem me procurarão.
Será assim.
Será como eu quero.

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