15 julho 2011

Memória Ausente

Tudo desaparece um dia.
Num segundo está lá,
Noutro se arma a cobardia.
E eu... Eu fico cá!

Por vezes desaparece completamente,
Noutras uma mancha substitui.
Está lá o espaço, vazio, inocente.
Diz-me algo que falta. Que fui...

Porque hei-de olhar tanto ao passado?
Já passou... Já devia... Mas um buraco deixa-me a morrer,
Vazio mas cheio de algo abandonado,
Impede-me de subir ou descer.

Como posso fechar esta memória?
Apesar de vazio está cheio.
Fazer pressão pode fazer-me passar à História:
Funciona como se existisse ar no meio.

Será possível com outra ocupar?
Substituir o carbono por oxigénio...
Deixar-me-ia pelo menos respirar!
Seria uma ideia de génio...

Seria. Se funcionasse...
Suspeito que será mais difíil do que parece...
Porque tenho de viver neste ímpasse?
Serei sempre o sujeito que padece...

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