13 julho 2011

O Adeus


Serei o único?! Serei o único a ser romântico? A sentir as emoções como algo tão forte que tornam as coisas mais intensas? Devo ser... Devo ser o único tolo que anda por aí a acreditar nessas lamechisses. O único otário que acredita na palavra Amor e que faz tudo para que continue a existir, cada vez mais forte, mais especial.
É incrível como devo ser um dos que tenta odiar mais estes sentimentos desprezados e acabo sempre por cair na tentação de os recuperar. Porquê? Porque não consigo de uma vez por todas perceber que isto é uma ilusão? Que não passam de sonhos de uma criança parva!
Oh!... Juro que gostava de aprender com todos vocês! São capazes de amar três pessoas ao mesmo tempo e ainda darem um beijo a um quarto... E quando “amam” um apenas, torna-se algo tão fanático que esquecem os amigos e todas as outras coisas boas. Não arranjam um equilíbrio... Ou talvez até seja eu o desequilibrado. Sim, deve ser isso. Eu é que não me adaptei à realidade. Uma realidade em que tudo funciona de orgias e de beijos e de gente necessitada de companhia.
A época do Romeu e Julieta já não existe. É passado. Hoje há demasiada liberdade. Hoje o objectivo é ter algum tipo de relação com a rapariga mais popular ou mais bonita. Ou então é namorar com a única pessoa que consegue aturar a demasiada imperfeição que tem, só porque não tem mais ninguém.
Não. Agora só existe o Romeu. Existo eu. A Julieta? Essa é imaginária. Essa é a que imagino. É aquela com que sonho e por vezes parece que a vejo. Mas não. Quando acredito que o sonho se tornou real, conseguem destruí-lo com uma simples palavra ou acção. Mostram-me que não sabem o que é amar. Não sabem amar como eu o faço. E para mim amar é mais do que dizer a palavra. É preciso mostrar. Quem ama luta por quem ama. Quem ama faz o melhor por quem ama. E o melhor não é sempre o que parece melhor para a outra pessoa. Por vezes quem ama, tem de saber lidar com o sacrifício de apontar um erro. Por vezes tem de saber ouvir erros da sua parte. Quem ama, é capaz de mudar determinados pormenores, determinadas atitudes. Não, não pode mudar a pessoa que é. E não pode exigir que a outra pessoa mude. É egoísta e só mostra que não é aquela pessoa que ama, mas sim aquela imaginária. É isto que eu penso quando surge a palavra Amor. Foi isto que pensei sempre que o disse. Foi isto que pensei sempre que me disseram. Nunca foi isto que me mostraram. Deixaram-me sempre ir, sem valor. Porquê ir atrás daquilo que não amam nem nunca amaram? Não, o Amor não aparece nem desaparece assim de repente. A única resposta é que nunca amaram verdadeiramente. Mas isso, pelos vistos, já é o normal.
Neste momento um dos meus objectivos é deixar-me de romantismos. Deixei de acreditar que é possível. Sinceramente, eu ofereci aquilo que muitas raparigas pedem. Mas esquecem-se que numa relação não se pode só receber. Também têm de dar. E eu não recebi nada. O sorriso que tinha não foi por me terem dado algo. Foi simplesmente porque sentia que fazia algo bem feito, que conseguia colocar um sorriso na cara de outra pessoa. Uma outra pessoa que eu amava. Se chorava foi por perceber que não era suficiente, por mostrar a mim mesmo que não consigo fazer uma pessoa completamente feliz, por saber que quem Amava não me amava a mim...
É hora de voltar a fechar o coração. Porque se aberto, atrai as moscas. Está a apodrecer com o que o rodeia. Não vou mais deixar que o mal-tratem. Ele merece paz. Merece Amor... Mas isso já não lhe posso dar, porque isso levaria à morte completa, bem como o próprio coração. Adeus pessoas ridículas que não sabem o que são sentimentos. Adeus pessoas que desprezam todas as emoções. Adeus pessoas. Odeio pessoas. Odeio-vos a vocês que me fizeram odiar-me a mim e pensar que não presto. Adeus.

2 comentários:

Anónimo disse...

Identifico-me na tuas palavras e perco-me nas tuas acções, Rafael.

littlewing disse...

"Quem ama faz o melhor por quem ama."

Foi esta a frase que mais me marcou.

Excelente texto, adorei. Não concordei com algumas coisas que disseste, mas o que interessa não é a minha opinião sobre elas mas sim o quanto significam para ti.

Só uma coisa... não feches o teu coração. Continua a dar oportunidades ao Amor, e aceita-o quando ele vier ter contigo de braços abertos. Verás que acabará por valer apena. Tens é que aceitá-lo, mesmo se na altura não parecer a melhor solução.