São passos. Pequenos passos, grandes passos. Mas são passos. Pluralmente longe do singular. Multiplicações do que é uno, somas do que é multiplicado. Os menos não se tornam mais e os mais não são positivos. O que é agora amanhã será diferente. Ou talvez não. O que é feito agora terá consequências no futuro: bom, mau, bom, mau, bom, mau... Bom e mau. Nada é simplesmente bom. Nada é simplesmente mau. Não há sorte nem azar.
Somos oportunistas. Tudo não passa da escolha das opções e de agir sobre elas. Ou não agir, se a opção for essa. Nunca existe apenas um caminho possível. Mas apenas uma escolha existe. Por mais que se escolha uma estrada, se se voltar atrás não se estará a voltar atrás no tempo e o rasto da passagem irá estar sempre presente de alguma forma. Se se voltar atrás no tempo, também uma marca irá ficar no tempo. Tudo o que for feito será de cada um. As responsabilidades caem sobre a atitude de cada um perante cada situação. Há que assumi-la. Em vez de serem culpabilizados os outros pela miséria, há que agir em nome próprio em vez de se ficar a chorar à espera que nasça felicidade de cada lágrima.
Neste mundo é raro aquele que estica a mão ao outro em qualquer ocasião. Mas é importante que se aprenda a oferecer. Ainda assim, torna-se ainda mais importante que se seja capaz de viver sozinho, quando o mundo parece que atormenta as nossas acções, tentando levar a nossa vida mental no caminho da morte. Não pode ser. Há que estar preparado. Há que estar preparado para a traição e para o abandono. Para viver sozinho num quarto escuro e mesmo assim criar luz nesse quarto. Há que saber acreditar em si mesmo e continuar a lutar pelos seus sonhos, mesmo quando nada parece estar certo. Porque até que o coração deixe de bater, até que os pulmões deixem de fazer inspirar e expirar, até que o corpo não consiga mexer uma única célula de acordo com o pensamento e a força de vontade de cada um, será possível chegar a um sonho, passo a passo, mais curto, mais longo.
Somos nos que agimos conforme os nossos desejos. Se o desejo é lutar, então lutamos; se o desejo é morrer, então morremos. Ninguém lutará tanto quanto nós podemos lutar pelo nosso sonho. Por isso mesmo há que trabalhar por ele. Há que agir.
E o que é um sonho? Um sonho, digo eu, é a morte da vida. Quando estamos a morrer, pensamos no que fizémos ao longo da vida até esse momento. Fizémos coisas boas? Orgulhamo-nos de nós mesmos? Ficámos parados ou démos passos? Quantos passos? Quão perto nos aproximámos de conseguir aquilo? E a outra coisa? Conseguimos? Conseguimos! E aquilo? Conseguimos! E aquilo?! Estivémos quase! Porquê?! Talvez por não o termos feito da melhor maneira... Mas tentámos? Sim! Tentámos mesmo?! Da forma que achámos melhor! Então há que morrer com um sorriso na cara e acreditar que vivemos bem, pois agimos conforme o que queríamos.
Por vezes o produto não depende apenas da nossa força de vontade, mas também da dos outros. Nestes casos, a nossa força serve para conseguir seguir em frente e realizar o nosso sonho.
2 comentários:
soberbo
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