No silêncio oiço um som ensurdecedor.
No escuro negro destaco certa cor.
Um vento furioso ruge lá fora.
E tudo isto sinto, sem mandar embora.
Sinais de vida, memórias de movimento...
Estava deitado e agora me sento.
Cúmplice da noite, acordado,
Com o cérebro tão perturbado.
Não durmo. Que se passa?
Ordeno à mente que algo faça,
Mas não obedece, cansada.
Precisa de descansar, se não, cá nada.
Mas porquê dormir? Coisa fraca!
Ter de me fingir oito horas numa maca...
Não estou doente! Quero viver!
Não posso estar parado com tanto para fazer!
Para tudo, o tempo é, certo, suficiente.
Mas o tudo implica estar consciente!
Sonhar porquê, se posso ter na realidade?!
Posso sentir o que é bom de verdade!...
Oh corpo mais fraco! Um terço!...
Um terço do dia me levas desde meu berço!
Dormir devia ser só na eterna morte,
Fraco da velhice, mas de vida forte!
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