O que sou eu? Sou esta coisa que... Não! Não sou esta coisa que os outros vêm! Apenas têm direito a observar o que sou e isso não basta. Porquê?! Na verdade não têm apenas esse direito, visto que lhes abro a porta e os convido a entrar no meu Eu!
Então... Não querem, não se interessam... Talvez uma sombra gelada não chame a atenção o suficiente para que queiram sequer espreitar à janela. Como pode uma sombra ter atenção na escuridão?! Misturo-me com ela desapareço no nada. Quem não estiver com atenção não me acompanha...
Ora, tenho aqui "atenção". Talvez seja difícil descobrir onde o meu Eu mora, talvez esteja pouco acessível... Mas conseguem acompanhá-lo! Apenas não se interessam com nada do que de mim deriva... Mas porquê?! Talvez deva deixar de oferecer tudo em troca de nada... Mas como?
Sou um pouco como o Pai Natal, scom a diferença de que não ofereço presentes sólidos... Ofereço apoio e ajuda em troca de um sorriso... Então parece que recebo algo em troca... Um sorriso... Ou vários... Isso vale assim tanto? Se vale tanto e recebo tal coisa em troca, então porque é que ninguém se concentra em mim e me segue até casa? Porque é que abro as minhas portas a janelas mas ninguém está lá fora para me fazer companhia?
Um sorriso vale mesmo tanto?... Começo a pensar que há vários tipos e só recebo dos comprados nas lojas dos trezentos... Daqueles que se oferecem a qualquer um, só para dizerem que retornaram o favor... Esses não valem nada! Esses saem instantaneamente e nem esforço tiveram. Pois por esses não compensa o que ofereço!
Então como distingui-los? O olhar! Se não me olham, então não valem nada! Se me olham directamente para a cara, então estão concentrados em mim, e se sorrirem será especialmente para mim.
Esses valem! A esses dou tudo! E continuarei! Até ao dia em que me tornar invisível...
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