22 outubro 2012

Ignorância


Ignorante Eu, ignorante Passado. Ignorante Presente e Futuro. Nasci a ignorar, ingenuamente parvo. Cresci ignorando, sensivelmente estúpido. A falta de um parafuso apertado... Ou dois ou três. Nasci Imperfeito e dele me criei. A imperfeição de ser ignorante ao ponto de ignorar a própria ignorãncia.
“Sou ignorante”, isto não basta para o reconhecer. É preciso perceber estas palavras, dar-lhes sentido. E posteriormente, quando passada a barreira de compreender a ignorância, falta deixar de ignorar. Feito isto continuo ignorante e continuarei a sê-lo. Simplesmente muda o nível de ignorância.
Passadas as barreiras referidas, entra-se num nível que permite imaginar, recriar, sonhar. Mas dorme-se. Acordado, dorme-se. Imagina-se um mundo diferente, como seria ao nosso agrado. Sonha-se com uma vida deitada, confortável, ao nosso gosto, á imagem do que nos poderia fazer feliz. E a ignorância existe aqui, onde os olhos se fecham ao mundo verdadeiro e as mãos se apertam uma á outra. De que serve sonhar assim?
Ignorantes aqueles que não conhecem as funcionalidades do corpo. Não sabem que as mãos se fecham e abrem se o quisermos. Não sabem que o som sai pela boca apenas se o deixarmos. Não sabem que as pernas se movem consoante a nossa vontade. Não sabem disto. Mas pelo menos, alguns sabem que são ignorantes. Mas é preciso passar ao nível seguinte. É preciso conhecer estas nossas capacidades. São elas que nos permitem passar da ignorância de um sonho, à realidade da nossa vida. Bem aplicadas, podemos até tornar um sonho real e melhor.
Mas certamente que continuará a existir um nível de ignorância. Como ser humano, tendemos a tê-lo a vida toda. Talvez um dia o deixemos de ser, mas até lá, é ir desenvolvendo a nossa consciência, criando os nossos sonhos e concretizá-los. Se há mais depois, cabe a cada um descobrir...

Sem comentários: