12 dezembro 2013

Estado Conservado



Quero pensar… Nada sai. Nada entra, de todo. Na verdade, é uma ausência de movimento. Sistema conservativo, em que o cérebro nada ganha, nada perde. E como nada perde e nada ganha, nada pode ser usado do que lá está.

Memórias. Apenas isso. Apenas se pode visualizar a existência. Mas ver e não desenvolver… Isso é o mesmo que ter e não ter. É o mesmo que estar uma televisão desligada... Mas como foi que se desligou este cabo?! Como vim eu aqui parar, a este estado de flutuação no meio do vento inexistente?

Escrevo (e mal escrevo) consoante as últimas memórias. A consciência ficou-se-me neste estado e posso, portanto, escrever sobre ele. Mas escrevo há tanto tempo sobre o mesmo. Nada mudou. O que mudou não me afectou, pelo que pouco importa, pois falo de mudar-me a mim. Mudar o que sei, o que penso, o que imagino. Não houve progresso.

Como sair? Se estou preso neste estado de consciência, como posso sair, sabendo que apenas sei o que sabia? E chegará o que sabia para voltar novamente ao rumo? Posso ter escolhido caminhos que me prenderam a este troço do tempo.

Uma coisa que acredito, ou seja, tenho acreditado desde o meu ponto de paragem, é que não há caminhos que me possam colocar numa sala trancada de todos os lados. Apesar de me sentir assim, sei que não pode acontecer. Existe sempre um movimento possível no mínimo. Podem até existir mais. Mas as variáveis são tantas em relação às opções que existirão. Não que as conheça, mas consigo ter noção disso. A única hipótese é rever toda a minha memória. Mas lá está… Variáveis e mais variáveis. Um sistema em que as variáveis são muito mais do que as equações… Como resolvê-lo?

Pergunto-me a mim…

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