13 setembro 2012

Amizade

Balança com ruído a cadeira,
Presa ao ambiente de seco som,
Acompanhada pela velha madeira,
Chão usado que acrescenta um tom.
Escolhe esta sala o silêncio ruidoso,
Acolhido por coração frio e fogoso.

Vazio que se vai enchendo.
Aproximam-se os interessados,
Medrosos, nunca correndo.
Aproximam-se e ficam sentados.
Há ainda quem passe por fora,
Uns que se fartam e vão embora.

Histórias e cantigas soam no ar.
A multidão presta atenção,
Atenta às palavras a viajar.
Direcionam-se para o coração.
E então o instante é repetido,
Em que, da sala, todos haviam já saído.

Esquecido o homem orador,
Lembrada a palavra inconsciente
Presente na sua mensagem de amor.
Amizade a que tudo faz frente.
Até no esquecimento permanece
Pois se existiu já não falece.

Volta a cadeira a baloiçar,
Sabendo o seu futuro desconhecido.
Bem sabe que há-de alguém voltar,
Quando por acaso se sentir perdido.
E um novo conto servirá de abrigo,
Merecendo sempre por ser amigo.

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