Coração arrebitado que escondes?
Que refugias em ti, sólida parede?
Sei bem que é o passado…
Sei bem que ficou como que numa rede.
Apanhaste pó, abandonado.
Criaram-se teias no interior.
Prendeu-se o Antigo nelas. Armadilhado.
Ficou-te preso o perdido Amor.
A chuva da vista endureceu essa amoreira.
Criou raíz profunda. A pele rasgou-se.
Fez ainda crescer uma roseira.
E um lago com as restantes formou-se.
Em lágrimas não te afogues não.
Bem sei que bem sabes nadar.
Bate forte bate coração!
Esse passado um dia te irá largar!
Já progrediste! Já és capaz de sorrir.
Já evoluiste. Tens noção do que há a fazer.
Já vi o demónio, que em ti tens, rugir.
Continua! Continua assim a bater!
A morte é certa para vir a vida.
Mata a besta, quebra as teias.
Não chores, que a amora se torna guarnecida.
Manda as impurezas para as artérias e veias.
E um dia sentir-te-ás vazio, mas pronto a encher.
Terás de novo o teu cantinho.
Voltarás a emocionar-te e sentir ferver.
Irás aprender o verdadeiro carinho.
Coração que bates… Continua a bater!
Bate mais, bate sempre, agora, depois!
Sente a vida. Sente-a a escorrer!
Faz com que possamos sorrir os dois!
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