Coração arrebitado que escondes?
Que refugias em ti, sólida parede?
Sei bem que é o passado…
Sei bem que ficou como que numa rede.
Apanhaste pó, abandonado.
Criaram-se teias no interior.
Prendeu-se o Antigo nelas. Armadilhado.
Ficou-te preso o perdido Amor.
A chuva da vista endureceu essa amoreira.
Criou raíz profunda. A pele rasgou-se.
Fez ainda crescer uma roseira.
E um lago com as restantes formou-se.
Em lágrimas não te afogues não.
Bem sei que bem sabes nadar.
Bate forte bate coração!
Esse passado um dia te irá largar!
Já progrediste! Já és capaz de sorrir.
Já evoluiste. Tens noção do que há a fazer.
Já vi o demónio, que em ti tens, rugir.
Continua! Continua assim a bater!
A morte é certa para vir a vida.
Mata a besta, quebra as teias.
Não chores, que a amora se torna guarnecida.
Manda as impurezas para as artérias e veias.
E um dia sentir-te-ás vazio, mas pronto a encher.
Terás de novo o teu cantinho.
Voltarás a emocionar-te e sentir ferver.
Irás aprender o verdadeiro carinho.
Coração que bates… Continua a bater!
Bate mais, bate sempre, agora, depois!
Sente a vida. Sente-a a escorrer!
Faz com que possamos sorrir os dois!
Se olharmos para o chamado Horizonte conseguimos definir uma recta horizontal. Ora, sendo uma recta, não tem limite e, tal como não podemos conhecer o seu fim, não sabemos o que há depois da recta. O Horizonte divide-nos do que está mais longe. É preciso que nos aproximemos desta divisão e a tentemos ultrapassar. Só assim alcançamos o mais profundo dos segredos. O Infinito Horizontal foi criado para ultrapassar o grande Horizonte de um Universo Infinito.
18 outubro 2011
14 outubro 2011
Aventura Infernal: O Deserto

O desconhecido não me assusta. Mas deixa-me ansioso. Ansioso por me surpreender, por ver algo novo. Neste momento sinto que não estou em algo conhecido. Tudo é diferente. Num comboio relaxado, passei a uma dimensão completamente isolada. Pelo menos assim parece... Apesar das vozes e sombras que continuam a aparecer por vezes...
Por mais estranha que seja aquela... estação... Tenho vontade de me meter à procura de mais respostas. Ali não vejo nada esclarecedor. Apenas mais confusão virá. Quanto ao deserto que se me afronta... Nada sei, nenhumas confusões até agora. Parece mais secreto porém.
Caminho em frente, descalço e com os pés ardentes. O calor intensificou-se, quase tão quente quanto a fornalha. Mas sigo. Nada de mais. Nada de menos.
Escrevo linhas de uma dimensão ao arrastar os pés rijos na pedra dura. Não é deserto de muita areia. Seguem-me até se pintarem de vermelho vivo. A fraca força de pernas leva-me a arrastar demais o pé direito e salta-se-me uma unha do dedo grande. A carne torna-se visível, rosada, enrugada, velha. Desprotegida, infiltram-se alguns dos poucos grãos de areia e preenchem-me o dedo de vários tonalidades de vermelho. Oh como sou feliz por ter tanta da cor que mais gosto!
Continuo a caminhar. A estação tornou-se num ponto agora que olho para trás. Está para trás! Caminhar até parecer invisível!
A minha pele começa a torna-se rugosa e desidratada. As forças, excepto a de querer caminhar, vão-se esgotando.
Ajoelho-me. Outra pessoa talvez pedisse ajuda a Deus. Mas de que me serve algo inútil e egoísta? Não! Sou eu que tenho de me resolver! E não há mais ninguém. Dependo de mim unicamente.
Continuo ajoelhado. Agora com as palmas das mãos no chão. Sinto o mundo (este mundo) mexer-se. Os meus olhos começam a revirar-se e uma linha negra vertical invade-me a vista. Tento interpretar através da minha nova visão. Com a audição oiço um pingar. Água? A visão não me permite concluir. Apenas consigo distinguir uma simetria, quebrada por uma linha, de algo no chão. Uma poça. Um lago?
Arrasto-me de joelhos sem gemer de qualquer dor. Abandono de novo a minha carne. Oxalá alguém a aproveitasse. E quem sabe?... Rastejo até ao "lago". As minhas mãos tocam num líquido bem fluido. Com o campo de visão quase a negro, bebo. Bebo e não saboreio. Alivia-me a sede. Arrefece-me o corpo. A visão começa a voltar.
Pinga. E continua a pingar. Mais rápido do que me tinha parecido. De onde? Apercebo-me de vários pilares de madeira tortos. Cerca de cinco... Seis. Em torno deste meu bebedouro. Cada um equipado com um corpo espetado num longo pedaço de metal afiado. Os corpos são deformados com os restos dos músculos a descoberto, já meio degradados. A zona do peito está aberta e apresenta ausência de coração. De dentro saem artérias e veias unidas como um grosso cabo.
E pinga! Pinga... Os restos. Porque me parece que esses "cabos" foram usados como mangueiras para encher este lago. Este lago onde saciei a sede. Onde me pus bom. Estranho... Fiz algo de errado?
Salto para dentro e consigo nadar um pouco na profunda mancha. Sinto-me refrescado. Sinto-me bem.
09 outubro 2011
Processos
Ser tão frágil que era. Como muda de repente e mal se veem alterações.
Quem sou e quem fui... É simples perceber-me que sou o mesmo de sempre. A minha capacidade de reacção ao que se me rodeou faz de mim o que era e o que sou. Pensar como penso fez-me pensar como pensava antes e como penso agora.
Mas certamente que o mundo me contagiou no que toca a pensar. O pensamento começa no que existe aos nossos olhos.
Apenas depois se criam os pensamentos profundos, reflexões. Cria-se algo novo, possível ou impossível.
E o importante a referir é que o vírus do meu ambiente me fez pensar no que pensei. Esse ambiente que tanto me questionou, tanto me fez pensar e, acima de tudo, me fez sentir. Emoções envolvidas no processo de pensar...
GRITA!
...Pensar no mal que nos fazem passar... Emoções que nos fazem chorar. Me fazem...
CHORA!
Lágrimas caídas no meu centro de massa, atraídas peça força emotiva. Tudo porque o ambiente me permitiu criar laços de tal forma sentimentais. A minha preocupação para com os outros... A ausência dela para comigo...
GEME!
Dor ausente nos sorrisos falsos. Sorrisos apenas para fortalecer os outros. Perco a energia a sorrir e depois perco a de sofrer a chorar mais por dentro pelos que usam essa força para me danificarem a mente.
SONHA!
O passado levou a este presente. Para fugir à tristeza procurei um mundo inexplorado por mim. Rodiei-me de tanta coisa, tanta diferença, tanto prazer. Sonhei. Sonho
TRIUNFA!
Esqueci emoções quase por completo. Cresceram vários sonhos e começo a pô-los em prática. Sei que um dia terei o meu sucesso. E aí esperarei pelo dia que me apareça a Morte. Sorrirei para ela e ir-se-á embora sem me levar.
Haverá um dia em que os esquecidos se irão lembrar. Será quando quiserem a minha partilha. Mas os meus sorrisos, a eles já não os levarão. Porém, irão ficar surpresos.
Quem sou e quem fui... É simples perceber-me que sou o mesmo de sempre. A minha capacidade de reacção ao que se me rodeou faz de mim o que era e o que sou. Pensar como penso fez-me pensar como pensava antes e como penso agora.
Mas certamente que o mundo me contagiou no que toca a pensar. O pensamento começa no que existe aos nossos olhos.
Apenas depois se criam os pensamentos profundos, reflexões. Cria-se algo novo, possível ou impossível.
E o importante a referir é que o vírus do meu ambiente me fez pensar no que pensei. Esse ambiente que tanto me questionou, tanto me fez pensar e, acima de tudo, me fez sentir. Emoções envolvidas no processo de pensar...
GRITA!
...Pensar no mal que nos fazem passar... Emoções que nos fazem chorar. Me fazem...
CHORA!
Lágrimas caídas no meu centro de massa, atraídas peça força emotiva. Tudo porque o ambiente me permitiu criar laços de tal forma sentimentais. A minha preocupação para com os outros... A ausência dela para comigo...
GEME!
Dor ausente nos sorrisos falsos. Sorrisos apenas para fortalecer os outros. Perco a energia a sorrir e depois perco a de sofrer a chorar mais por dentro pelos que usam essa força para me danificarem a mente.
SONHA!
O passado levou a este presente. Para fugir à tristeza procurei um mundo inexplorado por mim. Rodiei-me de tanta coisa, tanta diferença, tanto prazer. Sonhei. Sonho
TRIUNFA!
Esqueci emoções quase por completo. Cresceram vários sonhos e começo a pô-los em prática. Sei que um dia terei o meu sucesso. E aí esperarei pelo dia que me apareça a Morte. Sorrirei para ela e ir-se-á embora sem me levar.
Haverá um dia em que os esquecidos se irão lembrar. Será quando quiserem a minha partilha. Mas os meus sorrisos, a eles já não os levarão. Porém, irão ficar surpresos.
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