Observo o solitário espelho embaciado,
Temendo o que por trás daquela neblina me apareça.
Aguardo pacientemente que se torne revelado.
A curiosidade é muita, mas começo a perder a cabeça.
«Que escondes tu, oh espelho?», decido perguntar.
Nada de resposta, nada de tesouro encontrado…
«Responde-me, que não morro sem o desvendar!»,
Mais uma vez o som do vazio; mais frustrado…
«É isto que procuras?», ergue-me o queixo o som!
Rasga-se um sorriso; maior a distorção…
Fico especado para o espelho, com cara sem tom.
Enfrento o meu rosto, a minha face sem expressão.
Não havia posto a hipótese de me esconder a mim.
Desvendo o meu rosto, mas a ele já o conheço…
«Como pudeste cobrir algo assim?!»
«O que te mostro aqui é algo sem preço.».
«A minha face? Para que me serve ela?»
«Permite que conheças com profundidade»
Mais nada se ouviu. Foco-me então nela.
Começo a sentir uma estranha amizade…
Conheço o que vejo. Mas que ideias nela estão?!
Meto conversa, em busca de tal saber.
Convergem divergências que partiram da união,
O que nos levou a concluir um novo ser.
Compreendo agora: de um, em dois se transforma;
Estes requerem dois lados: Eu e Eu, que refutam,
Acabando por construir nova individual Norma.
Com o outro Eu discuto. Os outros não escutam.
Se olharmos para o chamado Horizonte conseguimos definir uma recta horizontal. Ora, sendo uma recta, não tem limite e, tal como não podemos conhecer o seu fim, não sabemos o que há depois da recta. O Horizonte divide-nos do que está mais longe. É preciso que nos aproximemos desta divisão e a tentemos ultrapassar. Só assim alcançamos o mais profundo dos segredos. O Infinito Horizontal foi criado para ultrapassar o grande Horizonte de um Universo Infinito.
28 janeiro 2010
25 janeiro 2010
Destino que se vai escrevendo
Damos um passo, sem se saber o que poderá acontecer. Podemos imaginar, supor, acreditar, mas nunca será certo o que irá ocorrer. O destino não é aquilo que está escrito mas sim o que vamos escrevendo com cada passo, o trajecto que percorremos, o rasto que deixamos.
Cada marca que se fixa na pele mostra um pouco do que já foi passado. Mas isso é o que se vê, é o que os outros podem ver. Não se limita apenas ao exterior mas também ao interior de cada um de nós. Todos passamos caminhos que outros não poderiam confirmar. É algo nosso, algo que apenas nós sabemos o que foi. A marca está cá dentro: uma facada no coração, uma rosa que murcha, uma memória...
E um passo pode ser o suficiente. Pode mudar o ritmo da vida, pode mudar aquilo que se podia imaginar, supor, acreditar. Por essa razão de nada servem esses pensamentos de previsão e tentativa de adivinhação. O importante é continuar a dar passadas.
Podemos dar um passo e começar a subir uma escada. Damos outros mais, cada vez mais altos. Tentamos alcançar aquele horizonte fino, onde poderá estar a felicidade. Finalmente começa a aparecer uma forma, algo que nos deixa bem, algo que nos dá esperanças! E damos mais passos, cada vez mais velozes! Tudo parece bater certo! Está ali, faltam dois passos! Falta um... E caímos... A pressa não nos deixou aperceber de um buraco... Subimos tanto, cansámo-nos tanto, estivémos tão perto do que procurávamos... E por um passo em falso caímos... Um passo de distracção...
Agora, caídos naquele poço escuro, simétrico do que estava tão perto, temos duas opções: ou tentamos sair de lá, ou desistimos de tudo e fazemos do nada a nossa etapa final. O mais fácil será a segunda opção, que não requer nenhum esforço, mas o resultado é o nada. Mais difícil é a primeira opção, mas se não houver desistência será possível procurar outras escadas e subi-las de novo, com especial atenção ao erro anterior cometido. Se houver nova queda, é necessário continuar a insistir! Nunca desistir!
E por isso mesmo, é importante que existam passos. Mas sem serem muito lentos, nem demasiado rápidos. É necessário deixar o rasto...
Cada marca que se fixa na pele mostra um pouco do que já foi passado. Mas isso é o que se vê, é o que os outros podem ver. Não se limita apenas ao exterior mas também ao interior de cada um de nós. Todos passamos caminhos que outros não poderiam confirmar. É algo nosso, algo que apenas nós sabemos o que foi. A marca está cá dentro: uma facada no coração, uma rosa que murcha, uma memória...
E um passo pode ser o suficiente. Pode mudar o ritmo da vida, pode mudar aquilo que se podia imaginar, supor, acreditar. Por essa razão de nada servem esses pensamentos de previsão e tentativa de adivinhação. O importante é continuar a dar passadas.
Podemos dar um passo e começar a subir uma escada. Damos outros mais, cada vez mais altos. Tentamos alcançar aquele horizonte fino, onde poderá estar a felicidade. Finalmente começa a aparecer uma forma, algo que nos deixa bem, algo que nos dá esperanças! E damos mais passos, cada vez mais velozes! Tudo parece bater certo! Está ali, faltam dois passos! Falta um... E caímos... A pressa não nos deixou aperceber de um buraco... Subimos tanto, cansámo-nos tanto, estivémos tão perto do que procurávamos... E por um passo em falso caímos... Um passo de distracção...
Agora, caídos naquele poço escuro, simétrico do que estava tão perto, temos duas opções: ou tentamos sair de lá, ou desistimos de tudo e fazemos do nada a nossa etapa final. O mais fácil será a segunda opção, que não requer nenhum esforço, mas o resultado é o nada. Mais difícil é a primeira opção, mas se não houver desistência será possível procurar outras escadas e subi-las de novo, com especial atenção ao erro anterior cometido. Se houver nova queda, é necessário continuar a insistir! Nunca desistir!
E por isso mesmo, é importante que existam passos. Mas sem serem muito lentos, nem demasiado rápidos. É necessário deixar o rasto...
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