25 fevereiro 2014

Escala da Vida



O tempo pára agora.
De nada mais interessa.
Segundo, minuto ou hora,
Sem razões para existir pressa.

As palavras ganham acções.
Vão à força da vontade,
De sonhos a lições.
Torna realidade.

A mim me decido.
Caminhos já escritos
Tornam-se um livro corrido.
Cortinado de passados meus ritos.

Olhos sensíveis à mudança do mundo.
Ao meu redor sou transformado.
O tempo trava a fundo.
Longe, o Passado.

Distancio-me dele.
Tornei-me instantâneo.
Sigo palavras que aparecem nele,
No Livro que me permite simultâneo.

Subo montanhas que se edificam em frente.
Desço vales aguçados abaixo de mim.
Vejo o Mundo e aquilo que sente.
Um sobe e desce sem fim.

Feliz vou, instante.
Deixo rasto no caminho,
Pista para quem quer ir avante.
Não paro, porque o tempo já parou.
Não importa se acompanhado ou sozinho.
Mãos doridas, pés cansados, continuo a escalar.
Se deslizo continuo, pois não quero ser quem sonhou.
Quero continuar a escalada, subir até poder tornar-me Luar.

E poder parar de sonhar…