Chega aquele momento em que todos desejam um bom
ano. Desejam aos outros o que desejariam
para si mesmos. Sou pouco adepto dessas mensagens, principalmente agora, que
tenho coisas mais importantes para fazer. Como por exemplo estar a escrever
isto, que é de uma grande importância para mim e, apesar de o valor ser
praticamente nulo, também para os outros. Todos os outros.
Chega este momento... E as mensagens dizem todas o
mesmo, todas em simultâneo. Mas só agora. Porquê agora? Termina o ano... O que
é o ano? O ano são vários conjuntos de pacotes de tempo. Temos os meses, as
semanas, os dias, as horas... E o que são todos esses? Não passam de mais
pacotes, mais pequenos. O tempo está associado de certa forma ao movimento de
translação e rotação da Terra. Mas podia ter sido associado a outros
movimentos. E onde começa o ano nesta translação? Existe uma partida? Uma
chegada? Alguém definiu o início, mas podia bem ter sido outro. Referências...
O valor deste dia é para mim igual aos outros. Porque não festejamos também o
mês? A semana? Em vez de definir estas referências de tempo, há que viver
simplesmente a vida. O instante em que festejo deve ser quando sinto que
completei algo importante para mim. Durante um ano pode ter acontecido muito
como nada, mas a festa é a mesma ao fim de um ano? E se correu mal, pedem que
seja melhor. Pedem? Desejam? Os desejos pedem-se todos os dias a nós mesmos.
Não passam de mensagens interiores do que gostaríamos de ter, fazer, ser...
Mas porque todo o ser humano decide que se deve
festejar, junto-me á maioria, mas de forma diferente. Aproveito a data, a
ocasião, a mentalidade geral. Foi previsto o fim do mundo para 2012, este ano.
Não aconteceu. Ou pelo menos é o que dizem. Talvez estivessem á espera de
chuvas de fogo, terras a abrirem-se, tornados múltiplos... Mas porque teria de
ser assim o... fim? O que pretendo com esta passagem de ano, é dar valor ao fim
do mundo. Quero que realmente tenha acontecido, que se desmorone, porque a
Natureza transforma a Morte em Vida, e a Vida que vem, será bem melhor.
Anuncio portanto que o mundo acabou em 2012. E um
outro começa em 2013. Que seja o renascer do que há de melhor. Começará
criança, imatura. Mas crescerá num ambiente propício ao seu desenvolvimento e
um dia atingirá a maturidade, revelando um mundo mais próximo do ideal. Que
ambiente é esse? O ambiente seremos nós, humanos. Inicialmente apenas alguns,
os que distinguem o bem do mal, os que conseguem visionar um mundo melhor, os
que se esforçam para alçancar os seus objectivos e os seus desejos. Felizmente
sei que há algumas pessoas por aí assim. Algumas precisam de um incentivo,
outras já o têm mas não sabem. Mas a maior parte ainda não se conhece e
contagiam todos os outros. O ambiente torna-se adormecido e os valores
desenvolvidos tornam-se desvalorizados. Por isto mesmo é que começará apenas
com os que já se começaram a esprequiçar. É preciso atingir um nível de
credibilidade, de amostras, de exemplos, para que outros possam acordar de vez.
Uma sociedade. A Sociedade. O conceito que vou
desenvolver é o de Sociedade. Deverá existir uma única. Deverá ser a mistura
global de mentalidades. Deverá ter os melhores valores que o ser Humano
adquiriu até agora e que poderá adquirir futuramente. O sistema monetário
deixará de fazer sentido, a existência de emprego será fútil. Cada um será
aquilo que é de melhor, não numa área, mas em todas as que quiser. Tal como a
Natureza nos trás alimento sem que lhe tenhamos de dar dinheiro, todos os bens
necessários na Sociedade serão também oferecidos por ela. As tecnologias
funcionarão para auxílio do ser Humano e não para aumentar a rentabilidade de
um negócio. Estas são apenas algumas das coisas básicas que idealizo. Há quem
diga que sejam impossíveis, outras que sejam ridículas. Algumas talvez eu ache
o mesmo. O Perfeito não foi criado e não será criado pelo menos enquanto for
vivo. Mas a acção tem de ser tomada para começar a desenvolver este novo Mundo,
com a Sociedade ideal. Tomo iniciativa no meu projecto: que 2013 seja um
Renascer.