21 novembro 2011

Perdi-me no desejo de me achar. Encontrar a saída dos meus problemas sem ter de sofrer com eles. Bem que tentei, mas acabei por me esbarrar na porta das suas casas, sem saber de quem era. Mesmo assim tentei entrar pelas janelas, embaciadas, opacas. Caminhei no sentido do que queria fugir, sem me aperceber. Tentei ignorar o caminho que seguia, sem pensar que podia ser um dos que nunca quereria saber o seu fim.

Foi um caminho simples. Tornei-me ignorante ao que me rodeia. Ignorei tudo o que aparecesse com um ponto de interrogação. Deixei os dramas da exclamação para trás. O ponto final substituiu vírgulas e os parágrafos foram constantes. E a história? A história ficou pobre. Deixou de ter a riqueza das minhas emoções, das minhas questões. Deixou de ter aquilo que de mim sempre tinha tido orgulho. Porquê? Porque fugia. E fugia no sentido negativo. Fugi no sentido oposto ao que alguém consciente foge.

E no meio da história, no meio de cada capítulo, ia-me apercebendo que não estava assim tão longe dos problemas. As caminhadas solitárias sempre me faziam reflectir. É verdade… A solidão até que é uma característica da minha riqueza. É ela que me faz procurar a desilusão. E desiludi-me. Felizmente! Apercebi-me do quão ignorante me tinha tornado. Tudo para conseguir ignorar os meus problemas passados. Verdade é que esses se foram com o tempo. Mas outros vieram ao esquecer o mundo. Ao tentar sorrir a emoção da minha alma ausente.

E agora que começo a acordar realmente, agora que o mundo está a voltar a rodear-me e em simultâneo rodeio o universo… Agora as coisas mudam. Já mudaram. E assim vai continuar. Não sei o que vem exactamente. Mas sei que me vou aproximar da minha ambição. Aquela que está recheada de desejos por realizar. Há que voltar a trabalhar por um sonho final. Há que manter-me acordado!